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Quatro Passos Simples para ter Abelhas Saudáveis

Escolhas de senso comum para manter suas abelhas vivas

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Eu toquei brevemente neste assunto no capítulo Porquê este Livro mas iremos abordar o assunto mais detalhadamente aqui.

Neste momento, vamos abordar estes quatro assuntos: favo, genética, alimento natural e sem tratamento. Vamos analisar os argumentos e focar apenas nos que sabemos que são factos e o que podemos fazer acerca deles.

Favo

Eu cheguei à conclusão que todos os argumentos sobre o tamanho dos alvéolos e se ajudam ou não com o seu problema com Varroa e tudo o resto são um pouco cansativos. A Varroa deixou de ser um problema nos meus apiários e ainda assim eu descubro que a obsessão em cada reunião de apicultores é a Varroa e metade das minhas conversas são sobre a Varroa. Eu mudei para alvéolo natural e alvéolo pequeno numa altura em que ninguém acreditava que era possível manter abelhas vivas sem tratamentos. Após deixar de tratar com resultados desastrosos anteriormente, eu cheguei à mesma conclusão. Mas após mudar para alvéolos pequenos e alvéolos naturais eu fiquei satisfeito em voltar a ter abelhas em vez de controlar ácaros. Esta evidência anedótica não é suficiente para alguns, até porque o mesmo de outros não foi suficiente para mim até eu experimentar, mas ao contrário de mim eles não parecem ter vontade de tentar. Mas vamos considerar as suas escolhas:

Escolhas

Medição do pente de 4.7mm Medição do pente de 4.7mm

Pode assumir que o tamanho dos alvéolos é irrelevante para tudo, se desejar. Isto parece uma suposição duvidosa pois sabemos como facto que tem tudo a ver com o tamanho das abelhas. Se o aumento do corpo inteiro de uma abelha para 150% do que era natural não é mudança significante, então não sei o que considera significante. Nós sabemos que é um facto desde as observações de Huber e adicionalmente temos resmas de pesquisas de Baudoux, Pinchot, Gontarski e outros tal como pesquisas recentes de McMullan e Brown (The influence of small-cell brood combs on the morphometry of honeybees (Apis mellifera)—John B. McMullan and Mark J.F. Brown).

Alvéolo Natural

Você pode assumir tudo o que quiser sobre que tamanho é natural. Mas no fim a única forma é obter alvéolo natural, deixar as abelhas acabarem com o debate, é parar de dar às abelhas cera estampada e deixar que construam o que quiserem. Pois é o que as abelhas fazem se as deixar, vai ser menos trabalhoso para si do que usar cera estampada, menos dispendioso, é a única forma de obter favos não contaminados (faça uma pesquisa na internet sobre o vídeo de Maryann Frazier acerca da contaminação por acaricidas em cera estampada nova) e isso parece-me uma situação onde apenas se pode ganhar. Mesmo permitindo a suposição que o tamanho do alvéolo não importa, ninguém está a dizer que o tamanho dos alvéolos sejam maus para as abelhas, ninguém que eu conheça pensa que a cera limpa é má para as abelhas e a maioria está convencida neste momento que a cera limpa é essencial para ter abelhas verdadeiramente saudáveis.

Porque não deixá-las construir o que querem?

Porque é que você não as deixa construir o que querem? Parece que há muito medo que as abelhas apenas criem zangões. Eu ouvi isto de muitos apicultores. Obviamente isto não é verdade. Se fosse verdade nunca haveriam abelhas selvagens. Se quer saber quanto favo para zangão elas vão construir, quantos zangões vão criar e quanta influência você pode ter no processo, leia a pesquisa de Clarence Collison acerca do assunto (Levin, C.G. and C.H. Collison. 1991. The production and distribution of drone comb and brood in honey bee (Apis mellifera L.) colonies as affected by freedom in comb construction. BeeScience 1: 203-211.). O ponto é que no fim a quantidade de zangões é controlada pelas abelhas e deixá-las fazer isso mesmo vai simplificar a vida delas e a sua. A coisa a fazer quando as abelhas puxam um favo com alvéolos de zangão no meio do ninho é movê-lo para uma parte lateral e dar-lhes um favo vazio. De outra forma, se tirar esse favo com alvéolos de zangão, a sua necessidade de criar zangões não é satisfeita, elas vão puxar outro favo com alvéolos de zangão e contribuir para o mito que se as deixar elas puxam apenas alvéolos de zangão.

Favos em quadros?

Outro medo parece ser que as abelhas não vão puxar favos nos quadros. Elas fazem um mau trabalho nos favos sem cera estampada da mesma forma que o fazem em quadros com cera estampada. Elas vão fazer um mau trabalho em quadros com cera estampada em plástico muito mais frequentemente do que em quadros sem cera estampada. Mas se as deixar fazer, você apenas corta o favo e ata-o a um quadro, se tiver criação, ou retira o mel se for um favo de mel.

Puxar favo sem cera estampada?

Eu até já ouvi velhotes dizerem aos novos apicultores que sem cera estampada as abelhas não fazem favos de forma nenhuma. Isto é um óbvio absurdo que eu nem acho que mereça uma resposta.

Arame?

O último parece ser o mito que o arame é necessário para extrair o mel. O arame foi adicionado à cera estampada para evitar que ela deforme antes de a cera ser puxada pelas abelhas (veja em qualquer livro ABC XYZ of Bee Culture). Não foi adicionada para permitir a extração. A extração é feita em quadros sem arame nem cera estampada por muita gente, incluindo eu. Mas se para si o arame é necessário, coloque algum arame nos quadros, endireite a colmeia e durma descansado. Eu prefiro usar apenas caixas médias, consigo levantar as caixas e não tenho necessidade nenhuma de arames.

As abelhas não vão construir favo de zangão?

Apenas o primeiro quadro ou dois. As abelhas têm um limiar para os zangão que variam dependendo dos recursos e da época do ano. Eles farão um grande esforço para atingir esse limite.

Zangão consegue um mau rap. Eles são acusados de serem preguiçosos. Eles deixam a colmeia todas as tardes e voam até estarem exaustos. Suas vidas são tão curtas porque funcionam tão duramente quanto as forrageiras. A única desvantagem para a colméia é que eles não produzem mel, mas eles trabalham para perpetuar a espécie a um grande custo para si mesmos, mesmo que eles não tenham sucesso e maiores se o fizerem.

Este estudo diz que eles também ajudam na criação de calor: Thermal investigations of a honey bee colony: thermoregulation of the hive during summer and winter and heat production of members of different bee castes

Este diz que a colônia é mais produtiva com zangão e favo de zangão adequados: Effects of Drone Comb on Brood and Honey Production in Honey Bee,Colonies

"... na presença de abelhas machos, o organismo dos trabalhadores trabalha de forma mais eficaz, ou seja, utiliza de forma melhor os componentes contidos nos alimentos. Deve-se ressaltar que ao lado da alta taxa de sobrevivência das operárias consumindo carboidratos Ocorreu também um melhor desenvolvimento das glândulas faríngeas, onde a proteína é particularmente necessária.A presença de drones também teve um efeito positivo sobre o teor de proteína total e petróleo bruto. gordura nos corpos das abelhas operárias consumindo doces de açúcar. ”* Esse estudo pode mudar a opinião de alguns apicultores sobre o valor dos drones em uma colônia; sua remoção pode não ser tão benigna quanto se pensava." Sanford, M.T. 2002, "Apimondia in South Africa," Bee Culture, Vol. 130 (seven installments: January, February, March, May, July, August, September).

Como faz quadros sem cera estampada?

  • Com uma cunha dos favos comuns, simplesmente tire-a e pregue-a de lado.
  • Com barras com uma ranhura no meio, coloque paus de gelado nessa ranhura ou metade de um pau de mexer tinta ou uma tira de uma tábua.
  • Com cera já puxada, simplesmente corte o centro do favo deixando uma linha de alvéolos em todos os lados.
  • Com um quadro velho sem favo, coloque-o simplesmente entre dois quadros já com favo puxado.
  • Com cera estampada/quadro de plástico, corte o centro da cera estampada deixando apenas uma fila de alvéolos em todos os lados.
  • Quando faz o seu próprio, corte os lados de uma barra das de cima de forma a ficarem inclinados e se encontrem a meio da barra, ficando uma forma triangular. Pode também fazê-los com 3.2cm de largura.

Menos trabalho

Então quanto trabalho dá não usar cera estampada? Falámos sobre como fazer mas quanto trabalho dá? Se você comprar quadros com cunha dos normais, vira a cunha 90 graus, cola e prega a cunha e fica com um quadro sem cera estampada. Isso é bastante simples. Você ia tirar a cunha e prega-la de qualquer forma? Os outros métodos mencionados dão menos trabalho que colocar cera estampada e arame. O único ligeiramente complicado seria o da folha estampada de plástico. Então você teria de cortar e tirar o centro da folha estampada. Isso pode ser feito com várias ferramentas mas eu suponho que uma faca bem quente cortaria o plástico rapidamente. Um suporte com uma tupia provavelmente seria uma boa combinação e ainda mais pois os cantos podem ficar tais como as cunhas para ficar mais forte e também para servirem de guias. Então como é que isto se compara a colocar arame, cravar, colocar cera estampada, embutir a cera estampada, etc? Ou usar plástico? Você poupou cerca de $1 na folha de cera se quer alvéolos pequenos ou um valor similar se quer usar plástico.

O ponto fraco?

Então, por menos trabalho e menos dinheiro você pode acabar por ter cera limpa, alvéolos de tamanho natural e um ninho natural no que respeita à distribuição de alvéolos de vários tamanhos e quantidade de zangões. Qual o ponto fraco? Se você não colocou arame nos quadros fundos pode acabar por ter favos partidos se fizer transumância, por causa das estradas com buracos, dias quentes e claro por serem quadros fundos, mas nesse caso poderá colocar os arames e isso deixará de ser um problema. Você poderá também ter de nivelar bem as caixas, que num apiário fixo não é grande problema; você apenas nivela os suportes, tal como costuma fazer. Mas numa apicultura transumante daria mais trabalho a nivelar do que apenas pousar as paletes no chão e não se preocupar em nivelar.

Calendarização

O pior caso da calendarização é fazer as alterações ao seu próprio passo usando um método qualquer. Você compra a cera estampada e coloca-a a toda a hora, certo? Alguns fazem a reciclagem da cera a cada cinco anos ou menos. Alguns simplesmente trocam os favos quando precisam mas de qualquer forma se parar de usar alvéolos grandes, parar também de tratar vai eventualmente ter favos naturais e limpos pelo único método possível de ter favos limpos a menos que alguém encontre uma fonte de cera limpa e fizer a sua própria cera estampada.

Se tiver muita cera estampada com alvéolos grandes, pode vendê-la a alguém da sua zona que ia comprar alguma de qualquer forma a preço de catálogo e assim essa pessoa poupa no envio da cera. Ou, se for impaciente, venda-a barata, se estiver disposto a perder algum dinheiro para ter abelhas mais saudáveis. Pode recuperar a diferença em todos os produtos que já não estavam sequer a funcionar pois não os terá de comprar.

O pior cenário

Vamos então olhar para o pior cenário. Vamos assumir que o tamanho dos alvéolos não são um problema de forma nenhuma. É razoável assumir que as abelhas não vão ficar menos saudáveis em alvéolos naturais, então no pior cenário elas ficarão em alvéolos que não são melhores. No pior caso o custo é menor que reciclar os seus favos com cera contaminada por cera de cera estampada contaminada. Dificilmente haverá uma desvantagem para isso. O trabalho é menor que cera estampada com arame. O custo é menor que a cera estampada com arame. A cera não vai estar contaminada (pelo menos até você a contaminar) e sabemos que a contaminação da cera contribui para a falta de longevidade e fertilidade das rainhas e zangões. Então sabemos que as abelhas vão ser mais saudáveis e as rainhas vão ser mais produtivas.

O melhor cenário

Este é o pior cenário em toda a especulação sobre o tamanho do alvéolo e favo natural. O melhor cenário é que vai resolver todos os seus problemas com a Varroa.

Sem tratamentos

Eu não sei o que o resto de vocês já experimentaram, mas sem tratamentos (com alvéolos grandes) eu perdi todas as minhas abelhas quando não tratei durante alguns anos. Mas finalmente eu perdi-as mesmo tratando com Apistan. Era óbvio que os ácaros tinham adquirido resistência. Eu ouvi que grandes empresas perderam todos os enxames enquanto tratavam com Apistan ou CheckMite. Então nós chegamos a um ponto onde quer trate ou não, elas frequentemente morrem na mesma. Eu penso que o problema aqui resulta de não querermos “não fazer nada”. Nós queremos atacar o problema e assim fazemos tudo o que os peritos nos dizem porque estamos desesperados. Mas o que eles nos dizem também está a falhar de qualquer forma. Uma vez eu perdi-as todas após as ter tratado, eu deixei de ver alguma razão para as tratar. Tratar apenas perpetua o problema. Cria abelhas que não conseguem sobreviver aquilo para que as trata, contamina o favo e perturba todo o equilíbrio na colmeia.

Ecologia dentro da colmeia

Não há forma de manter a complexa ecologia numa colmeia natural enquanto deita venenos e antibióticos. A colmeia tem uma rede de vida micro e macro. Há mais de 750 espécies de ácaros benignos ou benéficos, tantos ou mais insetos, 8000 ou mais micro-organismos benignos ou benéficos que foram identificados até agora, alguns dos quais sabemos que as abelhas não conseguem viver sem eles e alguns dos quais suspeitamos que mantêm organismos patogénicos controlados. Cada tratamento que nós deitamos na colmeia, desde óleos essenciais (que interferem com os cheiros das abelhas, que é a forma como tudo no escuro da colmeia é comunicado, matam micro-organismos, benéficos ou outros); até aos ácidos orgânicos (que matam também os micro-organismos tal como muitos insetos e ácaros benignos) aos acaricidas (que são sempre apenas químicos que matam artrópodes que inclui os insetos e ácaros mas os ácaros morrem um pouco mais depressa); até aos antibióticos (que matam a microflora que na sua maioria é benéfica ou benigna mas útil para manter o equilíbrio e controlar os agentes patogénicos); até o xarope de açúcar (que tem um pH que é prejudicial ao sucesso de muitos dos organismos benéficos e vantajoso para muitos dos organismos patogénicos: Loque Europeia, Loque Americana, Ascoferiose, Nosema etc. Ao contrário do pH do mel que é baixo e prejudicial para os organismos patogénicos e acolhedor para muitos organismos benéficos). Eu penso que nós chegámos ao ponto em que é parvoíce pensar que nós andamos a fazer alguma coisa boa quando as abelhas estão em colapso apesar de, se não mesmo por causa disto tudo.

Sentido de olfato

O cheiro é obviamente essencial para a comunicação e o equilíbrio na colônia. As abelhas melíferas têm 165 genes de receptores de odor. Isto é o dobro do que a Drosophila (moscas da fruta) e Anopheles (mosquitos) têm.

A maior parte da comunicação na colméia está ocorrendo pelo cheiro e estamos interferindo em muitos níveis com óleos essenciais e ácidos orgânicos.

A maioria dos produtos químicos e especialmente os óleos essenciais interferem muito com o cheiro, seja por danos (ácidos orgânicos) ou cheiros avassaladores (ácidos orgânicos e óleos essenciais). O cheiro é como as abelhas sabem que há uma rainha. O cheiro é como as abelhas sabem quando a ninhada precisa ser alimentada ou o pólen que precisa ser coletado para alimentar essa ninhada. Os feromônios são usados para regular o equilíbrio da colméia de várias maneiras. O olfato faz parte de como as abelhas comunicam a localização das fontes de néctar. Eles compartilham um pouco do néctar para que as forragens saibam o que procurar.

A parte má de não tratar

Então qual é a parte má de não tratar? O pior que pode acontecer é as abelhas morrerem. Elas parecem que já fazem isso de forma regular não é? Eu não me vejo a contribuir para isso pois dou-lhes a oportunidade de restabelecer um sistema sustentável e natural. Eu não estou a destruir esse sistema de forma arbitrária para me livrar de uma coisa sem ter em conta o equilíbrio do sistema. Das pessoas que conheço que não tratam nada, mesmo os dos alvéolos grandes; as suas perdas são menores que aqueles que estão a tratar. Em alvéolos pequenos ou alvéolos naturais as perdas são ainda menores. Mas mesmo se não concorda com o debate sobre o tamanho dos alvéolos, não tratar está a funcionar tão bem como tratar. Eu vou a reuniões de apicultores por todo o país e oiço pessoas que, tal como eu, perderam as suas abelhas quando as tratavam sem falhar e depois decidiram parar. As suas novas abelhas estão agora a viver melhor do que quando eram tratadas. Eu sinto-me mal quando vejo uma colmeia com um enxame morto, mas eu também digo “boa viagem” à genética que não conseguiu lidar com os problemas.

Se você pensa que tem demasiadas perdas (o meu palpite é que tem mesmo demasiadas perdas) e não consegue aguentar essas perdas, o que teria de fazer para desdobrar e invernar suficientes núcleos para colmatar essas perdas em cada primavera com o seu próprio efetivo local e adaptado? Alguns desdobramentos “às cegas” feitos no meio de Julho, após a cresta do fluxo principal, usualmente invernam, pelo menos nesta zona e não reduzem a quantidade de mel. Pode também desdobrar os enxames medíocres mais cedo pois não fazem grande coisa, troque a rainha usando as larvas do dia dos seus melhores efetivos. Também pode fazer desdobramentos de redução dos enxames mais fortes mesmo antes do fluxo principal e obter bons desdobramentos, rainhas bem alimentadas, mais mel e mais enxames.

A parte boa de não tratar

Qual é a parte boa de não tratar? Não terá de comprar os tratamentos. Não precisa de conduzir até ao apiário para colocar os tratamentos dentro das colmeias e conduzir até ao apiário para tirar os tratamentos. Não tem de contaminar a sua cera. Não perturba o equilíbrio natural ao matar micro e macro organismos que não era o seu objetivo matar mas que são mortos pelos tratamentos de qualquer forma. Isso parece-me uma parte suficientemente boa, mas dá também ao ecossistema na colmeia uma oportunidade de encontrar um equilíbrio natural de novo.

Mas a parte boa mais óbvia é que até não parar de tratar não consegue criar abelhas que sobrevivam aos problemas que existirem. Enquanto trata sustenta genética fraca e você não consegue saber que fraqueza elas têm. Enquanto você as trata cria abelhas fracas e super-ácaros. Quanto mais cedo parar, mais cedo começa a criar ácaros adaptados ao seu hospedeiro e abelhas que conseguem sobreviver com eles.

Círculo De Atendentes

Criar rainha adaptadas à zona

Criar rainhas adaptadas à zona a partir das que sobrevivem melhor é outra coisa que não tem mal nenhum. Se criar a partir das que sobrevivem sem tratamentos vai ter abelhas que sobrevivem nessa zona onde está contra o que elas encontram aí. Elas acasalam com as abelhas selvagens que também sobrevivem. A propaganda diz que você não consegue criar rainhas tão boas ou melhores do que as que se vendem é apenas isso— propaganda. O mesmo é verdade com a necessidade de trocar de rainha cedo na primavera. Rainhas obtidas cedo muitas vezes não acasalaram bem e muitas vezes também foram mal alimentadas. Assumindo que você não as trata, você não troca de rainha regularmente e usa as sobreviventes que têm o maior sucesso, as suas rainhas serão certamente melhores porque:

  • Estão adaptadas à zona.
  • Foram criadas por sobreviventes.
  • Você pode cria-las na altura ótima para terem muito boa alimentação e uma grande quantidade de zangões.
  • Elas nunca foram colocadas em gaiolas e passam do núcleo para a colmeia sempre a pôr ovos sem parar. Isto desenvolve melhores ovários e isso resulta em melhores feromonas. Isto resulta em que elas vivam mais tempo, melhores padrões de postura, menos enxameações e melhor aceitação por parte das abelhas.
  • Você poupa muito trabalho. Se mantem as rainhas mais tempo e cria as abelhas que têm sucesso na troca de rainha na altura apropriada, tem abelhas que conseguem trocar de rainha sozinhas. Isto vai poupar-lhe muito trabalho a encontrar as rainhas e a introduzir rainhas pois as abelhas tratam desse assunto sozinhas.
  • Mesmo nos enxames que trocar a rainha, você pode poupar muito trabalho ao usar alvéolos reais e não precisa de se preocupar em achar a velha rainha. A nova rainha é normalmente aceite e não precisará de perder o dia a procurar a rainha velha.
  • Vai poupar muito dinheiro. Rainhas de acasalamento aberto custam entre $20 e $60 e as melhores custam muito mais.
  • Pode facilmente manter suplentes em núcleos e ter rainhas sempre que precisar delas.

Então e as abelhas africanizadas?

Quem vive em zonas de abelhas africanizadas parece preocupado acerca desta forma de fazer as coisas. Eu não estou numa dessas zonas mas parece-me que os antepassados não são motivo da minha preocupação. O temperamento é. A produtividade é. A sobrevivência é. Se você apenas fica com as mais mansas e troca a rainha das mais agressivas eu penso que vai funcionar bem. Aqueles que eu conheço que fazem isto em zonas de abelha africanizada chegaram a essa conclusão. Outra coisa a considerar é que os cruzamentos F1 resultam em abelhas demasiado agressivas. Então se continua a trazer efetivo de fora você pode estar a contribuir para a sua agressividade. Você pode mais facilmente selecionar por mansidão e trocar a rainha de todos os enxames que sejam mais agressivos com efetivo local que seja manso.

Drawn Foundationless Frame

Alimento Natural

É muito simples, dá menos trabalho usar alimento natural. Se eu preciso alimentar com substituto de pólen na primavera eu não tenho de fazer bifes proteicos, etc. Se eu não alimento com xarope, eu não tenho de comprar açúcar, eu não tenho de conduzir até aos apiários para as alimentar. Se eu deixo mel para elas consumirem no inverno, há menos mel para eu tirar, levar para casa, extrair, trazer de volta para elas limparem e tirar para guardar, fazer xarope, conduzir até aos apiários para as alimentar, etc. Isto dá menos trabalho de todas as maneiras. Mesmo se você não acredita que o mel é mais nutritivo para as abelhas (apesar de eu ficar admirado porque é que produz mel se você pensa que não há diferença entre mel e açúcar). É definitivamente menos trabalhoso deixá-lo lá. Mesmo se acredita que a diferença no pH é irrelevante (o que eu duvido seriamente), dá menos trabalho que fazer xarope e alimentar as abelhas com ele. Mesmo se a sua obsessão é a diferença de preço ($0.40 por meio quilo de açúcar comparado com um valor entre $0.90 a $2.00 por meio quilo de mel) quando extrair o mel, comprar o açúcar, fizer o xarope, levar tudo para os apiários, alimentar as abelhas com ele, voltar para buscar os alimentadores, etc. Será que você pensa honestamente que ganhou alguma coisa com isso? Não é apenas a diferença de $0.60 por cada meio quilo, quando fizer as contas, a menos que o seu trabalho não tenha valor. Vamos então assumir que a diferença na saúde das abelhas é pouca entre alimentar com mel e com açúcar e que o Nosema se multiplica melhor no pH do açúcar do que no do mel tal como a cria giz e as loques. Nós vamos ignorar isso tudo e apenas assumir que é pouca a diferença. Se há ALGUMA diferença isso pode desequilibrar a balança entre uma colónia que sobrevive e uma que morre e os pacotes custam a partir de $80 quando entregues aqui.

Aqui está um estudo que mostra que as abelhas vivem mais no mel que o xarope de açúcar: Impact Of Different Feed On Intestine Health Of Honey Bees - Goran Mirjanic

Olhando mais para o pH

O xarope de açúcar tem um pH (6.0) mais alto que o Mel (3.2 to 4.5) (O açúcar é mais alcalino e o mel mais ácido). Isto afeta a capacidade de reprodução de virtualmente qualquer doença de cria nas abelhas e ainda o Nosema. Todas elas se reproduzem melhor a um pH de 6.0 que a 4.5.

Cria giz por exemplo
"Valores baixos de pH (equivalentes aos do mel, pólen e alimento da cria) reduzem drasticamente a abertura e propagação de germes. A ascosphaera apis aparenta ser um organismo patogénico altamente especializado para viver na larva de abelha melífera." — Author. Dept. Biological Sci., Plymouth Polytechnic, Drake Circus, Plymouth PL4 8AA, Devon, UK. Library code: Bb. Language: En. Apicultural Abstracts from IBRA: 4101024

Informação similar está disponível em relação a outras doenças das abelhas. Tente uma pesquisa na Internet sobre o pH, as loques e nosema e vai encontrar resultados similares na sua capacidade reprodutiva em relação ao pH.

As diferenças no pH afetam outros organismos benéficos e benignos na colmeia. Os outros mais de 8000 micro-organismos na colmeia são também afetados pelas mudanças no pH. Usar xarope de açúcar também perturba o equilíbrio ecológico na colmeia pois o pH do alimento altera o pH no intestino da abelha.

Outras diferenças no néctar

Além do pH, existem outros constituintes no néctar que produzem o néctar e, subsequentemente, o mel, um local complicado para os micróbios viverem e afeta os micróbios que podem viver nesse ambiente. Em "Microbiology of sugar-rich environment: Diversity, ecology and system constraints" by Bart Lievens, John E. Hallsworth, Maria I. Pozo, Zouhaier Ben Belgacem, Andrew Stevenson, Kris A. Willems and Hans Jacquemyn, eles dizem:

"Suco de beterraba sacarina saturada e néctar floral são usados como estudos de caso para explorar as diferenças entre as ecologias microbianas de habitats de baixa e alta atividade de água, respectivamente. Considerando que o néctar é um paradigma de um habitat aberto, dinâmico e biodiverso, o suco espesso é um habitat relativamente estável e pobre em espécies. Vários habitats ricos em açúcar contêm solutos caotrópicos (por exemplo, acetato de etila, fenóis, etanol, frutose e glicerol) e estressantes hidrofóbicos (por exemplo, octanoato de etila, hexano, octanol e acetato de isoamila), todos podendo induzir estresses mediados por caotropicidade. que inibem ou impedem a multiplicação de micróbios. Além disso, temperatura, pH, nutrição, dispersão microbiana e histórico de habitat podem determinar ou restringir a microbiologia de habitats com alto teor de açúcar. As descobertas são discutidas em relação a várias questões científicas não respondidas." Microbiology of sugar-rich environments Diversity ecology and system constraints

Pólen

Se você não usa substituto de pólen pode na mesma deixar pólen nas colmeias e se desejar mesmo pode colocar uma ou duas colmeias de parte ou mais ainda (dependendo do tamanho da sua empresa apícola) e recolher alguns quilos de pólen através dos capta-pólen para usar num alimentador aberto na primavera. Congele esse pólen entretanto. Eu coloco um estrado sanitário por cima de um estrado normal com uma caixa vazia por cima com tampa. A rede do estrado mantem o fundo seco e a caixa com tampa impede que lhe chova em cima.

Recolha do pólen

O custo de recolher pólen é sobretudo o do capta-pólen. Se você o faz num apiário próximo da sua casa ou num apiário por onde passe todos os dias é muito fácil despejar os capta-pólen todas as noites. E agora você não precisa comprar bifes proteicos e terá nutrição muito superior.

Se você dúvida que haja diferença, veja a pesquisa sobre nutrição das abelhas que compara substitutos de pólen. Abelhas criadas com substitutos vivem menos tempo e são fracas.

Sinopse

Então o que você tem a perder? Você pode obter genética melhor para as suas abelhas criando as suas próprias rainhas; favos mais limpos usando quadros sem cera estampada e sem as tratar; abelhas que vivem mais tempo por causa da cera limpa e com alimento derivado de pólen real; e menos trabalho deixando o mel que não tem de tirar e depois alimentar com xarope; para ter isto tudo você trabalhará menos e a melhor parte é que tudo terá um impacto muito positivo na saúde das suas abelhas. A parte pior, se você implementa isto um pouco de cada vez, você perde algumas abelhas, que de qualquer forma já estava a perder.

Uma Fórmula diferente de obter rendimento

Vamos tentar uma fórmula diferente de obter rendimento. Quanto tempo, combustível, trabalho, dinheiro você gasta com o xarope, alimentação, colocar os bifes proteicos, colocar tratamentos, tirar os tratamentos, recolher aquele resto de mel para mais tarde ter de alimentar com xarope, colocar cera estampada, etc? Quanto dinheiro e tempo poderá poupar se parar de fazer isso tudo? Quantas colmeias mais pode ter e quanto mel podem essas abelhas fazer?


Michael Bush

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