english,   español,   deutsche,   português,   français,   русском,   română,   polsku,   беларускай,  

Alimentando Abelhas

email address
"A alimentação das abelhas se assemelha às influências nocivas sob as quais os filhos dos ricos são criados." - L.L. Langstroth

Você pensava que algo tão simples não fosse controverso, mas é— em várias frentes.

Primeiro, quando é que você alimenta?

“P. Quando é a melhor altura para alimentar as abelhas?
“R. A melhor coisa é nunca alimentar as abelhas, mas sim deixá-las recolher as suas próprias reservas. Mas se a época foi um fracasso, tal como é na maioria dos locais, então você deve alimentar. A melhor altura para isso é logo que você saiba que elas precisam ser alimentadas para passarem bem o inverno; digamos em Agosto ou Setembro. Outubro também dá bem, mas mesmo se você não as alimentou até Dezembro, é melhor alimentar nessa altura que deixar as abelhas morrerem de fome.” —C.C. Miller, A Thousand Answers to Beekeeping Questions, 1917

Na minha opinião há muitas razões para evitar alimentar se você conseguir. Desencadeia pilhagens. Atrai pragas (formigas, vespas, etc.). Bloqueia o ninho e desencadeia enxameações. Afoga muitas abelhas, e nem mencionei que dá muito trabalho. Então se você usa xarope há o efeito do pH nas culturas microbianas da colmeia e a diferença do valor nutritivo comparado com tudo o que as abelhas recolheram por sim próprias.

Algumas pessoas alimentam um pacote de abelhas constantemente durante o primeiro ano. Na minha experiência isto resulta usualmente na sua enxameação quando estão suficientemente fortes e muitas vezes falham. Alguns alimentam na primavera, outono e quando falta alimento no campo, sem olharem para as reservas dos enxames. Alguns apicultores não acreditam na alimentação artificial de forma nenhuma. Alguns apicultores roubam todo o mel no outono e depois tentam alimentar as abelhas o suficiente para sobreviverem durante o inverno.

Pessoalmente eu não alimento se há um fluxo de néctar e elas têm algumas reservas seladas. A recolha de néctar é o que as abelhas fazem. Elas devem ser encorajadas a fazer isso. Eu alimentaria na primavera se as colmeias estiverem leves, pois elas não criam mais abelhas sem reservas suficientes para tal coisa. Eu alimento no outono se as colmeias estão leves, mas eu tento sempre ter a certeza que não tiro demasiado mel e as deixo leves. Alguns anos, entretanto, o fluxo de néctar de outono falha e elas ficam quase mortas de fome se eu não alimentar. Quando crio rainhas, durante uma altura sem alimento no campo, por vezes tenho de alimentar para que elas façam alvéolos reais e para conseguir que as rainhas voem e acasalem. Então enquanto eu tento evitar alimentar, eu acabo por o fazer muito frequentemente. Na minha opinião, não há nada de errado em alimentar se você tem uma boa razão para o fazer, mas o meu plano é evitar fazê-lo e deixar às abelhas o suficiente para viverem. Também, enquanto eu penso que o mel é o melhor alimento para elas, dá demasiado trabalho colher e depois devolver esse mel às abelhas, então quando eu alimento é na forma de açúcar granulado ou xarope de açúcar, a menos que tenha algum mel que pense não ter valor comercial.

Pólen, quando dado às abelhas, é usualmente dado a elas antes do primeiro pólen estar disponível no campo na primavera. Aqui (Greenwood, Nebrasca) isso será lá para o meio de Fevereiro. Eu não tive ainda a sorte das abelhas o consumirem sem ser no outono quando não há pastagem para elas no campo.

Alimentação Estimulante.

Muita literatura apícola parece indicar que o alimento estimulante é uma necessidade absoluta para ter uma produção de mel. Muitos dos grandes apicultores decidiram que isso não é produtivo:

“O leitor já terá chegado à conclusão que a alimentação estimulante, para além de ajudar na construção dos favos do ninho, não faz parte ativa no nosso esquema de apicultura. Isto é um facto.” —Beekeeping at Buckfast Abbey, Brother Adam

“Muitos, neste momento, parecem pensar que as abelhas fazem criação muito mais depressa alimentando-as com uma colher de chá cheia de xarope doce, mas não muito concentrado todos os dias do que outro método; mas baseado em muitas experiências nesse assunto durante os últimos trinta anos eu apenas posso dizer que é uma ideia errónea, baseada na teoria em vez da solução prática do assunto, colocando um número certo de colónias no mesmo apiário, alimentando metade enquanto a outra metade se alimenta apenas das suas “ricas” reservas, tal como disse em cima, mas sem alimentar e depois comparar as “notas” no que respeita a cada metade, determinando assim qual a melhor forma de fazer até à cresta...os resultados mostram que o plano “milhões de méis na nossa casa” seguido pelo que vem a seguir, vai ultrapassar de longe qualquer plano conhecido de estimulação até agora na corrida das abelhas a tempo para a colheita.” —A Year's work in an Out Apiary, G.M. Doolittle.

“Provavelmente o único passo mais importante na gestão das colónias para conseguir que fiquem fortes, e o mais negligenciado pelos apicultores, é ter a certeza que as colmeias estão pesadas com reservas no outono, para que as abelhas emerjam do inverno já fortes e o fiquem no início da primavera” — The How-To-Do-It Book of Beekeeping, Richard Taylor

“A alimentação de abelhas para estimular a criação de mais abelhas cedo na primavera é agora vista por muitos apicultores como de valor duvidoso. Especialmente verdade nos estados mais a norte (EUA), onde semanas de tempo quente são frequentemente seguidas por dias 'gelados'. O apicultor médio numa localidade média vai achar mais satisfatório alimentar de forma liberal no outono— suficiente, pelo menos até que existam reservas suficientes até à cresta. Se as colmeias estão bem protegidas, e as abelhas bem fornecidas com uma abundância de reservas seladas, a criação natural de mais abelhas vai prosseguir com rapidez suficiente, cedo na primavera sem qualquer estímulo artificial. A única altura em que a alimentação na primavera é recomendada é quando existe uma falta de néctar a seguir ao fluxo de néctar na primavera e antes da cresta principal.” — W.Z. Hutchinson, Advanced Bee Culture.

"Enquanto é frequentemente defendido que a alimentação estimulatória seja usada cedo, a fim de construir as colônias até uma força suficiente, o autor se inclina a acreditar que as colônias em duas histórias se acumularão com a mesma rapidez se houver abundância de espécies seladas. mel na colméia, como é possível com a alimentação estimulante.Às vezes parece que destapar uma porção do mel tem um efeito estimulante, mas alimentar em pequenas quantidades, com o propósito de estimular as abelhas a uma maior atividade, raramente parece necessário ... "--Frank Pellett, Practical Queen Rearing
As minhas experiências com alimentação estimu-lante.

Eu já tentei praticamente toda a combinação ao longo dos anos e a minha conclusão é que a meteorologia tem tudo a ver com o sucesso ou insucesso de qualquer tentativa de estimular as abelhas através de alimentação. Então em alguns anos parece ajudar um pouco, outros anos engana as abelhas fazendo demasiada criação, cedo demais, e se aparecem uns dias muito frios pode ter consequências desastrosas, ou causa demasiada humidade dentro da colmeia naquela altura incerta no fim do inverno, quando podem ainda haver dias muitos frios. Mais os resultados impressionantes que você obtém que são usualmente devidos a alimentar um enxame que tenha poucas reservas. Deixar mais reservas parece ainda ser o método mais seguro para ter muita criação bem cedo no meu clima.

Aqui no Norte (EUA) não só é difícil fazer isso, mas faz os resultados variarem desde desastrosos até extraordinários. O problema é que a apicultura tem suficientes variáveis e eu não estou interessado em adicionar mais.

Eu vou passar à parte dos problemas com o que usar como alimento e passar há minha experiência que está relacionada com a estimulação das abelhas a terem mais criação e ignorar os problemas entre alimentar com mel vs. açúcar neste momento.

Eu já alimentei com xarope muito diluído (1:2), diluído (1:1), moderado (3:2) e muito concentrado (2:1) em toda a altura do ano exceto em fluxos de néctar, mas mais uma vez para simplificar o problema da alimentação estimulante para as abelhas terem mais criação, vamos concentrar-nos na primavera.

Eu não vejo diferença nos resultados sobre a elaboração de xarope com esses vários rácios. As abelhas bebem o xarope se a temperatura for suficientemente alta (e aqui é raro que o façam no inicio da primavera ou fim do outono) e por vezes induz as abelhas a começar a criar mais abelhas quando o seu senso comum lhes diz que é cedo demais. Então para simplificar ainda mais, vamos apenas falar sobre alimentar ou não alimentar com xarope.

É difícil que as abelhas bebam o xarope cedo nos climas do Norte (EUA):

Se você tentar alimentar as abelhas com algum tipo de xarope no meu clima no fim do inverno ou início da primavera, os resultados são que usualmente elas não o consomem. A razão é que o xarope está raramente acima dos 10ºC. À noite as temperaturas estão entre o congelamento e temperaturas negativas. Durante os dias usualmente as temperaturas não estão acima do congelamento ou naquelas ocasiões raras quando está mesmo 10ºC durante o dia, o xarope está ainda abaixo dos 0ºC desde a noite anterior. Então primeiro de tudo tentar alimentar com xarope no fim do inverno e início da primavera usualmente não funciona mesmo— significa que elas nem lhe tocam.

A parte má do sucesso:

Então, se você tiver sorte e aparecerem uns dias de calor suficientes para o xarope aquecer o suficiente para as abelhas o beberem, você consegue que elas façam uma grande quantidade de criação, digamos perto do fim de Fevereiro ou inicio de Março, depois você tem uns dias de temperaturas negativas que duram uma semana e todos os enxames que foram induzidos a fazer criação, morrem a tentar manter essa criação quente. Elas morrem porque não deixam a criação e não conseguem mantê-la quente o suficiente, mas elas tentam. Nós podemos ter dias muito frios, -12ºC ou menos, qualquer dia até ao fim de Abril, no ano passado nós tivemos um dia desses no meio de Abril tal como aconteceu na maioria do país (EUA).

A nossa temperatura mais baixa registada, aqui na parte mais quente do Nebrasca em Fevereiro foi -31.7ºC. Em Março foi de -28.3ºC. Em Abril foi -16ºC. Em Maio foi -3.9ºC. Ter tempo muito frio em Maio é bastante comum por aqui. Eu já vi nevões no primeiro dia de Maio. Então eu duvido seriamente, não só da eficácia de alimentar com xarope, mas que você consiga que funcione bem, a tal sabedoria de dar alimentação estimulante para a produção de mais criação mais cedo do que é normal para as abelhas pode dar mau resultado. Se você conseguiu então colocou as abelhas fora da sincronia natural com o seu ambiente.

Resultados variáveis:

Alimentar pode ter um resultado totalmente diferente de um ano para o outro. Certamente se a sua aposta dá bom resultado e consegue que as abelhas comecem a criação em Março e consegue gerir para que não enxameiem em Março ou Abril (coisa que eu duvido), não tem dias muitos frios que matam alguns dos enxames, ou os enxames estão tão fortes nessa altura de muito frio que conseguem aguentar, e você consegue manter essa população máxima para o fluxo de néctar a meio de Junho, talvez você consiga uma super-colheita. Por outro lado, você consegue que elas tenham muita criação em Março, aparecem dias de temperaturas abaixo de zero durante uma semana e a maioria dos enxames morre, será um resultado muito diferente.

Num clima diferente, isto pode ser uma tarefa totalmente diferente. Se você vive em locais onde as pessoas quase nem sabem o que são temperaturas baixas, e os cachos de abelhas não ficam presos na criação por causa do frio não conseguindo assim consumir as reservas, então os resultados da alimentação estimulante podem ser muito mais previsíveis e possivelmente muito mais positivos. Mas de novo, eles podem ter criação cedo demais e enxamear antes do fluxo de néctar.

Açúcar Granulado:

Este tipo de alimento não é bom para a primavera, exceto se sobrar do inverno, mas na minha experiência faz muita diferença no inverno e na primavera seguinte. A maioria dos enxames comem o açúcar. Alguns comem quase todo o açúcar. Elas iniciam a criação enquanto comem o açúcar e podem continuar a comer o açúcar mesmo em dias frios. Elas não ficam loucas com o açúcar nem loucas a fazerem criação, mas eu vejo isso como uma coisa boa. Um aumento moderado das reservas às quais as abelhas podem aceder em dias frios é uma aposta de sobrevivência melhor do que um aumento enorme de criação, numa altura em que elas podem ser apanhadas por vários dias muito frios enquanto consomem xarope, que elas deixam de poder consumir se ficar demasiado frio.

Tipo de alimentador:

Eu vou admitir, que o tipo de alimentador também tem um papel nisto tudo. Um alimentador de topo no início da primavera aqui é inútil. O xarope raramente está a uma temperatura suficientemente alta para as abelhas o beberem. Alimentadores de saco, por outro lado, por cima do cacho de abelhas, elas parecem conseguir consumir o seu xarope, tal como o fazem com o açúcar granulado. Um alimentador de quadro (mesmo eu não gostando deles) encostado ao cacho tem o seu xarope consumido melhor do que o do alimentador de topo, mas não tão bem como o alimentador de saco. No meu clima qualquer alimentador que estiver muito longe do cacho não terá o seu xarope consumido até as temperaturas se manterem de forma consistente nos 10ºC e nessa altura as árvores de fruto e os dentes-de-leão estarão já em flor pelo que o alimento que o apicultor lhes der será irrelevante.

Você poderá dar-lhes algum xarope no fim de Março ou início de Abril com um alimentador de saco ou um frasco ou balde diretamente sobre o cacho ou se você aquecer o xarope de forma regular, quando tudo o resto falha.

Segundo, o que é que você usa para as alimentar?

Segundo, o que é que você usa para as alimentar?

Eu prefiro deixar-lhes mel. Alguns pensam que você deve apenas dar-lhes mel. Do ponto de vista de um perfecionista, eu gosto disso. Do ponto de vista prático, é difícil para mim. Primeiro, o mel desencadeia pilhagens de forma muito pior que o xarope. Segundo, o mel fermenta muito mais facilmente se eu lhe adicionar água e eu odeio ver mel a estragar-se. Terceiro, o mel é muito caro (se você o compra ou não o consegue vender) e dá muito trabalho extraí-lo. A mim parece errado ter o trabalho de extrair o mel, apenas para o voltar a dar às abelhas. Eu prefiro deixar mel suficiente dentro das colmeias e, num instante, roubar algum de um enxame com boas reservas e dar a um com poucas reservas, em vez de alimentar. Mas se chegar ao ponto de ter de alimentar, eu alimento com mel velho ou mel cristalizado se o tiver, caso contrário eu alimento com xarope de açúcar.

Pólen

O outro assunto é o pólen e substituto. As abelhas ficam mais saudáveis com pólen verdadeiro, mas o substituto é barato. Eu tento alimentar todas com pólen verdadeiro, mas por vezes não o posso comprar e faço uma mistura 50:50 (pólen:substituto). Com apenas substituto de pólen você fica com abelhas que vivem vidas mais curtas. Eu não noto qualquer diferença com mistura 50:50, mas mesmo assim penso que 100% pólen verdadeiro é melhor.

Terceiro, qual a quantidade de alimento que lhes dá?

É melhor falar com apicultores locais sobre a quantidade de reservas que as abelhas precisam para sobreviver aos invernos na sua zona. Aqui, um grande cacho de abelhas Italianas, eu tento que uma colmeia tenha o peso de 45.4kg até aos 68Kg. Com as abelhas Cárnicas é mais entre os 34Kg e os 45.4Kg. Com os enxames ferozes mais económicos pode ser entre os 22.7Kg e os 34Kg. É sempre melhor ter demasiadas reservas do que poucas.

Quarto, como você alimenta?

Há mais esquemas de alimentação das abelhas do que opções em qualquer outro aspeto da apicultura. Eu tenho uma relação de amor/ódio com a alimentação artificial para começar, então não é surpreendente que eu tenha também uma relação de amor/ódio com a maioria dos esquemas.

Problemas quando considera o tipo de alimentador:

Que quantidade de trabalho está envolvido na alimentação? Por exemplo terei de vestir o fato de apicultor? Abrir a colmeia? Retirar as tampas? Remover caixas? Que quantidade de xarope o alimentador suporta? Quantas viagens terei de fazer ao apiário para as preparar para o inverno? Em outras palavras, um alimentador que consegue suportar quase 19L de xarope, eu apenas terei de o encher uma vez. Se apenas suporta 473ml ou 946ml eu terei de o encher muitas vezes.

Será que as abelhas consomem o xarope se estiver frio? Se o tempo estiver quente a maioria dos alimentadores funcionam. Apenas alguns funcionam se o tempo estiver entre o quente e o frio. Isso significa que se as temperaturas estiverem perto dos 4ºC à noite e dos 10ºC de dia, alguns funcionam mas nenhum funciona se estiver sempre frio.

Qual o seu custo? Alguns métodos são bastante caros (um bom alimentador de topo custa $20 a $40 por colmeia) e alguns são muito baratos (converter um fundo de uma colmeia para servir de alimentador custa 25¢ por colmeia).

Será que causa pilhagens? Os alimentadores de entrada (em inglês são chamados de “Boardman feeders”), por exemplo são conhecidos por causarem pilhagens.

Será que causa afogamento de abelhas? Será que esse problema pode ser atenuado? Os alimentadores de quadro (em inglês são chamados de “Frame feeders”) são conhecidos pelo afogamento de abelhas e a maioria dos apicultores adiciona-lhes algo que flutue ou uma escada ou ambas as coisas para minimizar afogamento de abelhas. Os alimentadores de fundo (em inglês são chamados de “Bottom board feeders”) têm o mesmo problema dos alimentadores de quadro.

Será que é fácil abrir a colmeia com o alimentador colocado ou ele torna a tarefa difícil? Por exemplo um alimentador de topo tem de ser removido para abrir a colmeia, entorna e pinga.

Será difícil de limpar o alimentador? O alimento estraga-se. Os alimentadores ganham bolores. Se as abelhas se afogam neles, eles terão de ser limpos de vez em quando.

Tipos básicos de alimentadores

Alimentador de quadro

Alimentador de quadro. Estes variam bastante. Os mais antigos eram feitos de madeira. Os antigos eram feitos de plástico liso e afogavam muitas abelhas. Os novos são feitos na sua maioria por um plástico preto com alguma rugosidade nos lados que funciona como uma escada. Se você colocar algo a flutuar neles, funcionam muito melhor com menos afogamento de abelhas ou então uma escada feita de rede metálica com buracos de 3.2mm que funciona muito bem. Eles também ocupam mais espaço que um quadro, mais meio quadro e por isso não encaixam bem apenas no espaço de um quadro e fazem uma “barriga” no meio. A empresa Brushy Mountain tinha um feito de Platex com acesso mais limitado, uma escada de rede metálica com buracos de 3.2mm, apenas ocupava o espaço de um quadro e não fazia “barriga”. A empresa Betterbee tem uma versão de plástico com características similares. Eu não tenho um, mas as queixas que ouvi sobre ele dizem que as “orelhas” são muito curtas e ele cai do suporte dos quadros. Se você fizer um de forma correta então terá um bom “alimentador divisor”, mas para fazer isso a colmeia terá de ter duas entradas separadas para cada lado. Algumas pessoas fazem mesmo “alimentadores divisores” para transformar colmeias de dez quadros em núcleos de quatro quadros com um alimentador em comum no meio da colmeia.

Alimentador de entrada. Estes vêm em todos os conjuntos de material para novos apicultores. Eles são compostos por um frasco e uma base e são colocados na entrada da colmeia. O frasco suporta cerca de 1L e é colocado invertido, a tampa tem pequenos furos por onde pinga o xarope. Eu guardo o frasco e a tampa e deito para o lixo o alimentador. Eles são conhecidos por causarem pilhagens. É fácil verificar o nível do xarope nesses frascos mas para encher o frasco é preciso sacudir as abelhas.

Tem é de ter algo que o mantem estável sobre as abelhas e alguns buracos pequenos para o xarope sair. As vantagens variam com a forma como você o coloca e com o tamanho deles. Se ele suporta 3.8L ou mais, você não precisa de encher com muita frequência. Se são apenas de 1L, você terá de encher com alguma frequência. Se eles pingam ou a temperatura muda muito, eles pingam sobre as abelhas e afogam ou “congelam” as abelhas. Eles são usualmente baratos e usualmente afogam menos abelhas que os alimentadores de quadro, a menos que pinguem. Se o buraco onde o alimentador for colocado por cima tem uma rede metálica com buracos de 3.2mm, você não terá abelhas no recipiente quando precisar de o voltar a encher.

Recipiente invertido. Estes funcionam com o mesmo princípio de um refrigerador de água ou recipientes onde o líquido é mantido através do vácuo (ou para quem é de pensamento mais técnico no meio de nós, o liquido fica mantido dentro do recipiente pela pressão atmosférica que o empurra para dentro). Usado para alimentar abelhas, isto pode ser um frasco de 1L (como o do alimentador de entrada), uma lata da tinta com buracos, um balde de plástico com uma tampa, uma garrafa de um litro, etc.

Alimentador de frasco Alimentador de frasco. Estes trabalham no mesmo princípio que um refrigerador de água ou outros recipientes invertidos, onde o líquido é retido pelo vácuo (ou para o tecnicamente ocupado entre nós, segurado pela pressão do ar empurrando isto). Para alimentar as abelhas, isso pode ser um quarto jar (como o do Boardman feeder), uma lata de tinta com orifícios, um balde de plástico com tampa, litro garrafa etc. Só tem que ter alguma maneira de segurá-lo sobre as abelhas e alguns pequenos orifícios para a calda sair. As vantagens variam de acordo com a configuração e quão grande eles são. Se eles têm um galão ou mais você não terá que encher muito frequentemente. Se eles são apenas um quarto você terá que reabastecer muito. Se eles vazam ou a temperatura muda muito, eles vazam e se afogam ou "congelam" as abelhas. Eles geralmente são baratos e geralmente afogam menos abelhas que o quadro alimentador, a menos que eles vazem. Se o buraco que ele cobre estiver coberto por hardware # 8 pano você não terá nenhuma abelha no recipiente quando precisar reabastecer.

Alimentador Miller. Alimentador Miller. Alimentador Miller.

Alimentador Miller. Criado por C.C. Miller, daí ter o mesmo nome. Há algumas variações. Todos são colocadas por cima da colmeia e requerem um espaço apertado para que abelhas que queiram roubar não entrem por cima e se afoguem no xarope. Alguns têm um espaço aberto para as abelhas no alimentador. Alguns têm acesso limitado com rede metálica para que as abelhas tenham apenas espaço suficiente para chegar ao xarope. Eles vêm com o acesso em diversos partes, por vezes numa ponta, por vezes em ambas as pontas, por vezes no centro paralelo aos quadros e por vezes transversalmente aos quadros. O raciocínio disto é por ser fácil de fazer e encher apenas um compartimento (uma das pontas) ou melhor acesso para as abelhas (no meio) ou até ainda melhor acesso às abelhas (através dos quadros) para que elas o encontrem. Quanto mais altos forem menos são usados quando está frio mas mais capacidade terão. Alguns suportam até 19L (muito bom para um apiário longe de casa durante tempo quente mas não quando está frio durante a noite). Alguns suportam apenas alguns litros. Para os dias menos quentes as abelhas trabalham melhor nos menos fundos e que tenham a entrada no centro da colmeia do que os mais fundos e com entradas nas pontas. O Alimentador Rápido (em inglês diz-se “Rapid feeder”) tem um conceito similar mas é redondo e é colocado sobre o buraco da prancheta de agasalho, é o tipo de alimentador mais usado neste momento pelos apicultores portugueses. A maior desvantagem é provavelmente ter de o remover quando quer abrir a colmeia. Muito incómodo de manipular se estiver cheio. A maior vantagem é a quantidade de xarope que pode suportar e (se tiver rede metálica) encher sem ter de vestir o fato de apicultor e sem perturbar as abelhas.

Flutuador para Balde

Flutuador para Balde

Para usar em baldes de 19L como alimentadores ao ar livre. Feito com contraplacado de exterior colado com espessura de 6.4mm. Mesmo assim as abelhas parecem que se continuam a afogar nos alimentadores não importa o que eu faça. Se você fizer isto certifique-se que tem baldes suficientes para que as abelhas não se acumulem no fundo tentando alimentar-se. Eu perco muito menos abelhas com mais baldes do que com menos baldes. Se há mais apiários na zona a alimentação ao ar livre pode não ser prática. Se não encontra à venda baldes de 19L para apanhar enxames altos ou servirem de alimentadores compre baldes de 20L pois vendem-se em qualquer loja de apicultura.

Alimentador de fundo ou de estrado.

Alimentador do tipo Jay Smith

Alimentador do tipo Jay Smith O alimentador do tipo Jay Smith é um alimentador que se coloca por baixo do ninho, consiste numa simples barragem feita com um pedaço de madeira com 1.9cm por 1.9cm, colocado mais ou menos 2.54cm afastado da parte da entrada da colmeia (mais ou menos a 45.72cm da traseira da colmeia). A caixa é deslocada para a frente de forma a fazer uma abertura na parte de trás. O xarope é deitado na parte de trás. Uma pequena tábua de madeira pode ser usada para bloquear essa abertura na parte de trás. As abelhas podem na mesma sair pela frente, simplesmente saindo por baixo na parte da frente da barragem. A imagem seguinte é da perspetiva de quem está na parte de trás da colmeia e olha para a parte da frente da colmeia. O alimentador está vazio para que possa ver onde está a barragem, etc. Os cantos da barragem estão realçados e etiquetados para que faça mais sentido. Esta versão não funciona numa colmeia fraca porque o xarope está próximo demais da entrada. Vai afogar tantas abelhas como os alimentadores de quadro.

Alimentador de fundo ou de estrado Alimentador de fundo ou de estrado Alimentador de fundo ou de estrado Alimentador de fundo ou de estrado Alimentador de fundo ou de estrado

A minha versão Na minha versão do alimentador de Jay Smith apenas modifiquei para fazer entradas de topo nos alimentadores de fundo. Estes foram feitos de estrados estandardizados da empresa Miller Bee Supply. O espaço por cima é de 1.9cm e o espaço no fundo é de 1.27cm. Isto é um bom espaço para invernar pois eu posso colocar jornal e cobrir com açúcar granulado ou posso colocar um bife proteico sem esborrachar abelhas. Eu estava preocupado em relação à água da condensação e por isso adicionei o buraco de drenagem. Isto pode também ser usado para retirar xarope estragado. Este modelo também permite que se coloquem núcleos uns em cima dos outros e se alimentem sem os ter de abrir ou mudar de sítio. Até agora eu tive o mesmo número de abelhas afogadas tal como com o alimentador estandardizado de quadro. Você tem de colocar xarope devagarinho e se as abelhas fores muitas a encher o fundo, pode querer adicionar uma caixa para reduzir o conges-tionamento. Eu estou a considerar colocar um flutuador de 0.64cm em contraplacado ou similar.

Da esquerda para a direita:

Fundo do alimentador. O retângulo marcado na imagem faz uma entrada reduzida para a colmeia que estiver por baixo.

Parte de cima do alimentador. A barragem na parte da frente impede que o xarope se entorne para fora. O bloco de suporte segura uma rede metálica com buracos de 3.2mm para que a rede não fique arqueada. A rede metálica deixa-me encher o alimentador sem que as abelhas saiam. O buraco de drenagem serve para deixar sair a água da condensação ou da chuva que se possa acumular no alimentador. Foi mergulhado em cera e as fendas cheias com recurso a um Tubo de Cera (ou em alternativa podia ter usado uma Caldeirinha de derreter cera). Você pode apenas derreter alguma cera de abelha e esfrega-la no alimentador para o selar.

Com uma caixa por cima do alimentador para que você veja onde se enche. Se você não coloca várias colmeias umas por cima das outras, a parte do alimentador pode ficar na frente ou traseira. Se você faz “estilo apartamento” a parte de encher o alimentador fica na frente.

”Estilo Apartamento” onde você pode ver a entrada para um núcleo por baixo do fundo.

“Estilo Apartamento” com coberturas sobre a parte de encher para manter a maioria da água da chuva fora do alimentador. Estas coberturas podem ser feitas com restos de contraplacado de 1.27cm, mas qualquer coisa funciona bem. Desde que o vento não as retire.

Alimentador de saco. Estes são apenas sacos de 3L do tipo Ziploc que são cheios com 2L de xarope, colocados por cima das barras de topo e com pequenos cortes com uma lâmina de barbear duas ou três vezes. As abelhas sugam o xarope até o saco ficar vazio. Uma caixa ou moldura de um tipo qualquer é necessária para dar espaço suficiente para o saco caber entre os quadros e a prancheta de agasalho. Um alimentador do tipo Miller ou uma moldura com 2.54cm por 7.62cm ou uma alça vazia serve. As vantagens são no custo (apenas o custo dos sacos) e as abelhas vão trabalhar na recolha do xarope em dias frios pois o cacho de abelhas mantem o xarope quente. As desvantagens são que você tem de perturbar as abelhas ao colocar sacos novos quando os sacos velhos não tiverem mais xarope e também que os sacos só podem ser usados uma vez. Também tem o risco de ter espaço em excesso na colmeia o qual as abelhas podem aproveitar para construir favos.

Alimentador ao ar livre. Estes são apenas recipientes grandes com flutuadores (pedaços de esferovite, palha, pedaços de cortiça, etc.) cheios de xarope. Eles são usualmente colocados longe das colmeias (90 metros ou mais). As vantagens é que você pode alimentar depressa pois não precisa de ir a todas as colmeias. As desvantagens são que você está a alimentar as abelhas dos vizinhos e estes alimentadores por vezes desencadeiam pilhagens e outras vezes a loucura das abelhas pelo xarope é tanta que muitas se afogam.

Caixa para pasta doce. Isto consiste numa caixa com 3cm por 8cm com uma tampa onde se deita a pasta doce. Fica por cima no inverno e as abelhas usam-na se forem para a parte de cima da colmeia e caso precisem de comida. Elas são muito populares por aqui e parecem funcionar bem.

Glacê. É uma preparação de açúcar de confeiteiro, sumo de limão e clara de ovo. Isto pode ser colocado sobre as barras de topo. Mais uma vez parece ser mais útil como alimento de emergência. As abelhas vão comer o Glacê se não houver mais nada para comer. O resultado final é similar ao da pasta doce. Em inglês o termo usado é “Fondant”.

Açúcar Granulado Açúcar Granulado Açúcar Granulado Açúcar Granulado Açúcar Granulado Açúcar Granulado Açúcar Granulado

Açúcar Granulado. Este pode ser dado às abelhas de diversas maneiras. Algumas pessoas apenas despejam na traseira das colmeias (definitivamente não é recomendado para quem tem estrados sanitários pois vai cair no chão). Algumas pessoas colocam por cima da prancheta de agasalho. Outras pessoas colocam primeiro uma folha de jornal por cima das barras de topo, colocam uma caixa por cima e deitam o açúcar sobre a folha de jornal (como se pode ver nas fotos seguintes). Outros colocam o açúcar num alimentador de quadro (do tipo de plástico similar a uma gamela). Eu até tirei dois quadros de uma caixa de oito quadros que estavam vazios e deitei o açúcar no espaço vazio (com um estrado solido é claro). Com estrados sanitários ou com um enxame que apenas precisa de uma pequena ajuda, eu tiraria alguns quadros vazios, colocaria jornal no espaço vazio e por cima do jornal colocaria um pouco de açúcar, pulverize com um pouco de água para que ele se amontoe e se segure ao jornal para que assim não caia, adicione mais açúcar até ficar cheio e não se esqueça de mais uma vez pulverizar com água. Por vezes as abelhas que tratam da limpeza levam-no para fora da colmeia se você não o pulveriza com água. Se você pingar um pouco de água sobre ele faz com que as abelhas se interessem em o consumir. Quando mais finos forem os grãos de açúcar mais as abelhas se interessam em o consumir. Se você conseguir obter açúcar de confeiteiro ou do tipo drivert será melhor aceite do que o açúcar granulado mas mais difícil de encontrar e mais caro.

Que tipo de açúcar? Não importa nada se é açúcar de beterraba ou cana-de-açúcar.

Importa bastante se é açúcar branco granulado ou outra coisa qualquer. Açúcar amarelo, melaço ou qualquer outro tipo de açúcar não refinado não é bom para as abelhas. Elas não conseguem lidar com as partículas sólidas desses açúcares.

O pólen é dado às abelhas em alimentadores a céu aberto para elas o recolherem (a seco) ou em bifes proteicos (misturado com xarope ou mel numa massa e comprimido entre folhas de papel encerado). Os bifes proteicos são colocados por cima das barras de topo dos quadros. Uma moldura é útil para criar um espaço para o bife. Eu usualmente alimento a céu aberto com pólen seco numa colmeia vazia sobre uma rede metálica e por cima de um estrado sólido para que não ganhe bolor.

Medindo os rácios para o xarope

As misturas mais usadas são na proporção 1:1 (açúcar :água) na primavera e 2:1 no outono. As pessoas usam muitas vezes algo diferente dessas proporções por razões que só elas sabem. Algumas pessoas fazem 2:1 na primavera pois é mais fácil de carregar e aguenta mais tempo sem se estragar. Algumas pessoas fazem 1:1 no outono pois acreditam que estimula as abelhas a fazer mais criação e querem ter a certeza que os enxames têm abelhas jovens suficientes para o inverno. As abelhas farão a gestão disso de qualquer maneira. Eu uso sempre o rácio 5:3 (açúcar:água). Aguenta-se melhor sem se estragar que 1:1 e é mais fácil de dissolver que o rácio 2:1.

O argumento seguinte é sobre o peso ou volume. Se você tem uma boa balança pode descobrir isso por si próprio, mas pegue num recipiente que suporte cerca de 473ml, obtenha a sua tara (peso do recipiente vazio) e encha-o com água. A água vai pesar cerca de 454g. Agora pegue num recipiente igual mas seco e encha-o com açúcar branco e peso-o. Vai pesar também cerca de 454g. Então eu mantenho isto muito simples. Por uma questão de misturar o xarope para alimentar abelhas, não importa. Você pode misturar e combinar. Em relação ao açúcar granulado e à água podemos dizer “Um mililitro, uma grama, não há grande diferença no peso”. Pelo menos até ter misturado o xarope. Então se você pegar em 4.7L de água a ferver e adicionar 4.5Kg de açúcar você obtém a mesma coisa que 4.5Kg de água a ferver e adicionar 4.7Kg de açúcar.

A próxima confusão parece ser na quantidade que é preciso ter para fazer uma certa quantidade de xarope. O volume de 4.7L de água misturado com o volume de 4.7L de açúcar fará cerca 7L de xarope e não 10L. O açúcar “encaixa” na água.

Não confunda o problema da medição. Meça antes de misturar. Em outras palavras, você não pode encher um recipiente 1/3 do total com água, adicionar o açúcar até 2/3 do total e obter xarope no rácio 1:1. Obterá sim um rácio de 2:1 no xarope. Da mesma forma, você não pode encher até 1/3 do total com açúcar e depois adicionar água até ficar 2/3 cheio e obter xarope no rácio 1:1. Obterá sim um rácio perto de 1:2. Você tem de medir ambos os componentes separados e depois coloca-os juntos para obter uma medida correta. Eu acho que o mais fácil é usar litros para a água e quilos para o açúcar pois o açúcar vem em pacotes marcados em quilogramas e o volume da água é fácil de medir. Se você sabe que vai adicionar 4.5Kg de açúcar e quer xarope com uma mistura de rácio 1:1 comece então com 4.7L de água a ferver e adicione 4.5Kg de açúcar.

Como fazer xarope.

Eu fervo a água e adiciono o açúcar nela e quando ficar totalmente dissolvido desligo o fogão. Com rácio 2:1 isto pode demorar algum tempo. De qualquer maneira, ferver a água faz com que o xarope aguente mais tempo sem se estragar pois mata os micro-organismos que podem estar no açúcar ou na água.

Xarope com bolor

Eu não deixo que um pouco de bolor me preocupe, mas se o cheiro é estranho ou tem demasiado bolor eu deito-o fora. Se você usa óleos essenciais (eu não uso), o xarope tende a não ganhar bolor. Algumas pessoas adicionam várias coisas para controlar isto. Cloro, vinagre destilado, vitamina C, sumo de limão e outras coisas que as pessoas usam para o xarope aguentar mais tempo. Todas estas coisas exceto o Cloro fazem com que o xarope fique mais ácido e assim a acidez é mais próxima da acidez do mel (baixam o pH).

___________


Michael Bush

email address

Todo o site Copyright 2004-2018 por Michael Bush

Bush Bees Página inicial